quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mártir

A tragédia sendo repetida incessamente
Uma dor colossal assoladora de mente e corpo
O abraço soturno que me envolve em um dilúvio de frustrações
A condolência própria por fracassos

Por que a espada se em minhas mãos trago rosas?
Por que me arrasta ao abismo se ergo-te a mão em ajuda?
Por que súbita é a morte em sua visita?
Se tudo o que mais quis foi viver em harmonia

A aurora que em meu leito a trouxe
Avivar fez meu coração ao lembrar-se
Clara e cristalina como as águas puras da manhã
Então se conturbaram com a escuridão das trevas da meia noite
E na fúria do indómito oceano me naufragou
Deixando em meu álveo apenas o sal de minhas lágrimas

De que adianta lutar?
De que adianta sofrer?
Se Valquírias do crepuscular horizonte não surgirão
Para recolher-me em meu decesso

Se de lutas vorazes pela glória
Só jaz o desdouro dos lados em colisão
De nada adiantará as pedras que deixei em suas mãos
Pedras pesadas que nos ferem com seu anseio
Da qual minha única intenção era construir o teu reino

Se de todas as gotas quentes
Você me elide por uma fria
Sinto se a ti nada vale a companhia

Espero que em tua mente o que sinto não seja incerto
E que um dia possa ver que o que fiz foi correto
Se do espinho da rosa a ti ninguém avisar
Nunca saberá que pode vir a se machucar

Nenhum comentário:

Postar um comentário